Combustão Espontânea
Verifica-se, quando o corpo de algumas pessoas inflama-se de repente e fica carbonizado. Este é um fenômeno que deixa muitas dúvidas pois desafia todas as leis da física. É preciso lembrar que, para queimar um corpo é preciso uma temperatura de 1.600 graus centígrados.
Mas, acima dos 100, a pessoa morreria imediatamente por ebulição dos líquidos corporais!
A combustão espontânea aproxima-se de um problema singular e secular conhecido por "fogo secreto". Para os alquimistas existia uma outra espécie de fogo, diferente daquela que conhecemos. Este fogo secreto seria extremamente perigoso. Em termos de física moderna, poderíamos interpretar este fenômeno, esta nova forma de energia, como intermediária entre a energia química e a energia nuclear.
UM CASO REGISTRADO DE COMBUSTÃO ESPONTÂNEA
A proprietária do bloco de apartamentos avançava num dos corredores do prédio, levando na mão um telegrama endereçado à Sr.ª Reeser, Saint Petersburg, Flórida. Quando chegou à porta do apartamento que aquela ocupava, parou e bateu levemente à porta três vezes. Não obtendo a resposta bateu novamente, agora com mais força. Ninguém abria. Preocupada, ela ligou desesperadamente para a policia.
A policia chegou e logo arrombou a porta. Uma cena incrível esperava-os dentro do apartamento. No meio da casa podia-se ver um grande sofá que tinha ardido completamente, dele só restavam as armações metálicas retorcidas. O teto estava revestido por uma ligeira camada de fuligem e o tapete onde o sofá encostava estava queimado em muitos pontos; o fogo era de pouca importância . Mas onde estava a Sr.ª Reeser? A policia entrou no apartamento ainda fumarento e avançou até ao sofá queimado. Aí descobriu o que restava da pobre mulher. A cabeça completamente carbonizada, estava reduzida ao tamanho de uma bola de tênis.
Continuaram a procurar e encontraram um fragmento da sua coluna vertebral , e um pequeno bocado do pé. E foi tudo, com exceção de umas escassas cinzas que rodeavam o sofá, melhor, os restos dele. O encarregado pelo inquérito ficou estupefacto com tudo isto.
Como era possível que um incêndio tão diminuto, que só queimara os estofos de um sofá e que quase passara completamente despercebido no prédio com muitos inquilinos, tenha conseguido carbonizar totalmente um corpo humano? Pediu-se ajuda ao Dr. Wilton Krogman, especialista de renome em mortes pelo fogo, professor na faculdade de medicina do estado da Pensilvania, que se encontrava a passar ferias num lugar próximo. "É a coisa mais espantosa que vi em toda a minha vida." Disse esse eminente especialista. " Torna-se muito difícil de conceber que uma cremação de tal ordem se tenha operado num apartamento de tão reduzidas dimensões, sem que maiores prejuízos e deteriorações se tenham verificado nas imediações.
Também nunca vi um crânio humano ficar reduzido a este ponto, em virtude de ação de calor intenso. O que sucede normalmente é a hipótese contraria: Face a uma ação intensa do calor acontece que o crânio fica extraordinariamente dilatado, ou seja, mesmo a arrebentar, desintegrando-se em inúmeros pedaços.
A policia encarou as hipóteses de suicídio, de acidente, de homicídio, mas nunca conseguiu encontrar qualquer motivo para esta morte súbita. Caso único, estranho, inexplicado da morte de uma velha senhora ? Não, simplesmente um caso entre muitos outros de uma lista, já muito longa de mortes que são habitualmente classificadas sob a designação de combustão espontânea.
Ha muitos séculos os médicos tem vindo a assinalar a existência de casos onde se verifica embrasamento súbito de um corpo humano, e outros em que são encontradas pessoas totalmente carbonizadas sem que se descubra uma explicação para tal fenômeno fantástico. Normalmente as imediações não são nada afetadas, o que demonstra que uma enorme quantidade de calor, cuja origem se desconhece, se circunscreve ao corpo humano e só a ele. Esta limitação do calor às proximidades imediatas é um dos aspectos mais misteriosos deste fenômeno.
por Ronald J. Willis