A conclusão do quarto conto de terror interativo. O conto começa com um pequeno parágrafo introdutório e depois é continuado pelos usuários do site. A cada semana, uma surpresa...
Magia Cigana
Marcia sempre foi uma jovem muito mística. Certo dia, ela folheava algumas revistas sobre Wicca em uma loja esotérica quando uma mulher desesperada agarra seus braços:
- Você tem sua vida, mas eu não tenho mais a minha ! Passo para você o dom recebido de meus pais !
A mulher começa a perder forças e cai. Marcia fica desesperada e tenta ajudá-la, mas era tarde demais. Ela estava com uma faca cravada em suas costas.
A polícia chega e começa a fazer perguntas. Ainda assustada, Marcia conta como a mulher apareceu, mas não fala sobre as últimas palavras daquela senhora:
- Ela era uma cigana muito conhecida no interior da cidade - Diz o guarda. E algumas pessoas dizem que ela podia prever o futuro e ainda ...
Marcia não ouve as palavras do guarda. Uma dor de cabeça muito forte a ataca. Quando ela olha novamente para o guarda, ele está com o crânio esmagado na sua frente, abrindo a mandíbula sem carne. Com a boca cheia de sangue, ele pergunta:
- Algum problema garota?
- Não. acho que tive uma queda de pressão - Responde Marcia, já vendo o guarda novamente com sua face normal.
- Se cuida, garota. Eu preciso ir.
Mal o guarda pisa na calçada, um carro desgovernado bate em um poste que cai e esmaga a cabeça do guarda, da mesma forma que Marcia havia visto quando teve a dor de cabeça.
Assustada, ela vai correndo para sua casa chorando...
Entrando em casa senta-se no sofá sem acreditar no que acabara de presenciar.
-Isto não pode ser real, talvez esteja enloquecendo.
Acalma-se, começa a assistir televisão e acabou caindo no sono. Estava numa grande igreja gótica, muito antiga e empoeirada, talvez abandonada a anos, ela olha para o lado e vê a cigana parada de pé ao centro do salão apontando para uma porta à direita do altar, assustada Marcia segue em direção à porta, abre-a e num pulo acorda atordoada com o que vira, esfrega a mão nos olhos, sentia que era seu dever fazer alguma coisa.
Levanta-se e sai da casa
Seu destino não era outro senão a antiga igreja situada no final da rua. Muito longe de ser um hábito - já que visitava igrejas apenas em missas de sétimo dia - algo impulsionava Márcia ao templo. A entrada da igreja era precedida por uma longa escadaria, onde Márcia percebeu um menino sentado. Aparentava uns 10 anos e, soluçando, limpava os olhos cheios de lágrimas. Márcia agachou-se a seu lado e percebeu que o menino tinha um crucifixo em suas mãos.
- Por quê choras?
- Eu deixei meu pai triste.
- Não fique assim. Qual seu nome?
- Judas.
Novamente Márcia sentiu uma forte dor de cabeça
Desta vez ela viu uma cena passar na sua cabeça, como num filme, viu aquele menino saindo correndo de casa, havia deixado ali seu pai desesperado com uma arma na mão, derrepente deu um tiro em direção a cabeça,Márcia assustada acorda daquela terrível cena, Judas puxava seu braço em direção ao altar.
Na sua direita havia uma porta, como no sonho, o pavor passa pelo seu corpo.
- Vamos Marcia, estavam esperando você.
- O que tem aqui?
- O que você procura!
Então marcia abre, e vê a mais horrivel cena,pessoas mortas,muito sangue, havia alguem ali lá no fundo, mas a escuridão não deixava ver.
Tentava enxergar como podia essa pessoa estranha que a observava e a chamava... Se aproximou viu que era a cigana que lhe havia dado esse estranho poder.
Gritou para que a cigana o tira-se dela. A cigana a olhou e disse:
-Meu destino agora é o seu. Você agora carragará a minha cruz.
Marcia grita desesperada: -Como isso pode ser possivel!! Isso não pode estar acontecendo!!!
Ela sai correndo do salão, deixando a cigana. Ao passar pela porta, uma visão: Viu um belo homem seguindo outro com uma arma na cintura, Marcia e ele se cruzam na rua e ela o impede de seguir o outro rapaz que segue caminho
mas ele nem dá bola e sai correndo pela avenida e é atropelado por um ônibus, seus braços epernas estão sangrando muito sua nuca bate em uma pedra e morre na hora. Desesperada, Márcia sabe o que fazer. Corre procurando o rapaz e lá está, ele sai correndo e, desta vez, consegue impedir um desastre. Ela grita:
-Pare!!!
O rapaz para no meio do trânsito e...(mas desra vez um outro desastre) por um ônibus é atropelado. Seus braços e pernas sangram e em sua nuca bete forte em uma pedra e morre na hora.
Márcia totalmente atordoada começa a correr pela rua em direção a sua casa, só tem uma coisa em mente: Era ela quem provocava os acidentes tendo essas previsões, porque? Se perguntava. E antes que tivesse outra previsão iria descobrir porque aquela cigana tinha lhe dado este dom e qual sua finalidade.
Colocou algumas roupas emboladas dentro de uma bolsa e seguiu rumo a rodoviaria para comprar sua passagem para Minas Gerais. Lá sim iria encontrar algo que talvez começasse a desvendar tudo, e estaria segura com sua avó pois
pois moram em uma cidadezinha pacata onde nada mais disso poderia acontecer.
Seguindo rumo a rodoviaria, Marcia deixa cair sua bolsa, e um homem alto, de olhos verdes a devolve, dizendo:
- Moça, deixou cair a sua bolsa
_ Obrigado, diz Marcia, sentindo que conhece aquele homem...
- Onde a senhora vai com tanta pressa? pergunta o rapaz
- preciso fugir do destino, diz Marcia atordoada
Marcia pensa: porque será que acho que conheço este rapaz? será que ele pode me ajudar? estou aflita.
Márcia tenta se conter; repassa os acontecimentos,tentando pensar em algum detalhe que tenha passado despercebido.Perdeu-se em pensamentos,nem notou que estava já no ônibus e que o homem estava ao seu lado.
-Também fujo do meu, ele disse.
Márcia ficou quieta, mas um calafrio percorreu seu corpo. Fechou os olhos. Imagens começaram a se formar em sua mente, parecia em transe:uma fogueira, uma adaga,homens com olhares fascinados por uma dançarina cigana.
Um se destaca: é o homem ao seu lado!
Ele a olha e diz:
- Também fui amaldiçoado pela cigana.Vejo mortes,crimes...mas te vi também. Me salve!
Márcia não sabe porque, mas esse homem lhe inspira confiança, e diz: Qual é o seu nome?
- IAGO
- EU ME CHAMO MÁRCIA.
Sem perceberem o onibus chega na rodoviaria.
- Quer tomar um café? - diz Iago.
Não, estou com uma enorme dor de cabeça, vou para a casa de minha avó.
Nesse momento Marcia se sente tonta derepente fica tudo escuro e cai.
Quando acorda, ela esta em uma adega, e alguém lhe oferece uma caneca de vinho, esta com um vestido estranho.
Ainda atordoada, Marcia repassa na sua mente todos os acontecimentos, desde amorte da cigana e logicamente o inicio de sua sina. Triste, ela olha para Iago, como a buscar respostas. Ele apenas lhe diz:
_ Apenas estamos cumprindo nossas vidas.
_Cumprindo o quê? Eu era feliz, sem problemas e agora isso acontece. Que foi que eu fiz?
_ O nomes Clara e Roberto não lhe despertam lembranças?
_Não.
Ele inspira e começa a contar:
_ Há muito tempo, dois jovens praticavam magia negra, na falta de animais para rituais, eles resolveram pegar uma moça pobre, a cigana, e a mataram. Nós a matamos.Nós
Como um raio em sua cabeça as lembranças foram surgindo...
Há dez anos atras, os dois jovens, Roberto e Clara entravam em uma seita que prometia poderes sobrenaturais e vida eterna. A seita pregava a morte como uma forma de alcançar a superioridade divina e a superação a Deus.
Ambos sabiam onde estavam entrando, mas deixaram o mal guiar seus corações. O líder da seita os obrigou a praticar um ritual matando um cavalo, bebendo seu sangue e praticando orgias usando as vísceras do animal. Mas as coisas não funcionaram como eles planejavam.
Na busca por um cavalo, encontraram um acampamento cigano. Dezenas de animais, como galinhas, porcos e especialmente cavalos viviam nas proximidades, alimentando e sustentando o grupo de nômades.
No meio da noite, Roberto e Clara resolveram roubar um cavalo. Ao se aproximarem do acampamento, os animais se assustaram e começaram a fazer muito barulho, o que fez acordar a cigana de uma pequena tenda próxima a eles.
Os dois jovens se desesperaram. Ao verem o vulto da cigana se movendo dentro da tenda Clara não titubeou e avançou contra a mulher.
Sem mesmo ver o perigo que corria, a mulher teve um ataque de desespero e começou a gritar. Ela não sabia o que estava acontecendo, mas era como se pressentia que algo de ruim lhe aconteceria. O primeiro grito saiu de sua garganta como um aviso. O segundo foi interrompido por uma facada que lhe abriu o pescoço, fazendo com que o sangue jorrasse por alguns metros.
Clara só se lembra de Roberto fugindo correndo e levando uma pancada na cabeça, enquanto ela foi amarrada pelos ciganos.
Sua última lembrança são as palavras de um velho cigano que não possuía o olho esquerdo e tremia de raiva pela morte de sua filha:
- Que a alma de minha filha a acompanhe ! Que seu castigo seja eterno e que sua alma não descanse! Que a maldição do futuro a acompanhe, em todas as suas vidas!
Voltando a si, Marcia ouve Iago lhe perguntando:
- Agora você entende? Nós matamos a cigana e sua maldição nos perseguirá por toda a eternidade.
Marcia chora desesperada e pega um taxi para a casa de sua avó. Lá, encontra uma multidão de pessoas chorando em frente a casa.
Ela corre para dentro e vê sua avó, deitada em um caixão segurando um punhal. Ao se debruçar diante dela, Marcia recebe uma profunda facada na barriga. Milhares de gargalhadas macabras ecoam dentro da sala. Sua avó não está mais com a fisionomia de morta, e sim com uma face maligna. Com apenas o olho direito aberto, a velha diz com sua voz grossa e masculina:
- Que a alma de minha filha a acompanhe ! Que seu castigo seja eterno e que sua alma não descanse! Que a maldição do futuro a acompanhe, em todas as suas vidas!